quinta-feira, 11 de abril de 2019

Ricardo Graça: como uma fênix, renasce das cinzas com a camisa do Vasco

Zagueiro revelado na base cruz-maltina quase caiu no esquecimento em 2018, mas ressurgiu em 2019 com boas atuações

Ricardo Graça ressurge como uma fênix no Vasco
Ricardo Graça e Alberto Valentim em treino do Vasco


O Vasco derrotou o Avaí por 1 a 0, na Ressacada, e avançou de fase na Copa do Brasil. Um dos destaques da equipe carioca foi o zagueiro Ricardo Graça, revelado pelo clube e que substituía o capitão Leandro Castan ao lado de Werley. Com mais uma atuação segura, o defensor se mostrou novamente que deve ser a primeira opção para o técnico Alberto Valentim quando não puder contar com a dupla titular. No entanto, em 2018, o jovem de apenas 21 anos chegou a cair no esquecimento dentro do elenco.

Chegada à base do Vasco e temporada em Portugal


Ricardo Graça chegou para fazer parte das categorias de base do Vasco no ano de 2009, compondo a equipe sub-13. Na época, o clube ainda era presidido por Roberto Dinamite. No entanto, com a mudança de presidente em 2014 - com Eurico Miranda assumindo - e uma reestruturação feita nas divisões inferiores, o zagueiro foi cedido por empréstimo ao Vitória de Guimarães, time de Portugal. Após a curta passagem pelo Velho Continente, Ricardo voltou ao clube que o revelou e se tornou titular do time sub-20 vascaíno. Até 2017, quando passou a integrar a equipe profissional.

Da titularidade à última opção: o 'bode expiatório' de uma atuação terrível


Já em 2018 e consolidado no elenco profissional, Ricardo ganhou o apreço da torcida do Vasco e passou a ser constantemente pedido nos lugares dos contestados Paulão e Erazo. Apesar disso, o então técnico cruz-maltino Zé Ricardo parecia não estar disposto a dar chances ao garoto.

A tão sonhada oportunidade veio em uma 'roubada'. Ricardo Graça foi titular no confronto contra o Jorge Wilstermann, ainda pela segunda fase da Libertadores de 2018, na Bolívia. A partida disputada em uma altitude de 2810 metros foi um desastre quase que completo. Com o time inteiro falhando, o goleiro Martín Silva pegou três cobranças de pênaltis e garantiu o Gigante da Colina na fase de grupos. O jovem zagueiro, no entanto, não saiu ileso.

Apesar das fraquíssimas atuações e das infinitas trocas no setor defensivo, Ricardo Graça parou de figurar entre as opções de Zé Ricardo. O treinador preferia insistir nos erros de Paulão e Erazo por conta dos erros cometidos em Sucre.

Missão dada é missão cumprida: substituição à altura do 'Rei de Roma' no Vasco


Depois de virar última opção no elenco do vascaíno, Ricardo Graça voltou a figurar entre os relacionados pelo técnico Alberto Valentim, já na temporada 2019. Outros jogadores, no entanto, pareciam estar à frente na disputa de 'primeiro reserva'. Aos poucos, o defensor foi atuando e mostrando segurança no setor defensivo.

A coroação chegou justamente no duelo diante do Avaí, na última quarta-feira (10). Com o capitão Leandro Castan lesionado, o camisa 36 voltou a ser a opção para formar dupla com Werley. Em uma partida impecável, Ricardo foi o melhor jogador em campo pelo Vasco, com desarmes precisos e excelente posicionamento.

Para a final do Campeonato Estadual, no próximo domingo (14), é esperado o retorno de Castan. Com isso, Ricardo Graça deve voltar ao banco de reservas. Mas o jovem já deixou sua mensagem: não é aquele defensor fraco que o Zé Ricardo tentou pintar. Ainda tem muito para dar com a camisa do Vasco e deve se tornar um bom zagueiro cruz-maltino.

Números de Ricardo Graça na temporada 2019:

  • Jogos: 5
  • Vitórias: 4
  • Empates 1
  • Derrotas: 0
  • Gols sofridos: 2
  • Partidas sem sofrer gols: 3
  • Cartões amarelo/vermelho: 0

segunda-feira, 1 de abril de 2019

"Deixa o menino jogar": Tiago Reis faz um gol a cada 80 minutos pelo Vasco em 2019

Tiago Reis comemora seu quarto gol pelo profissional do Vasco - Foto: Rafael Ribeiro/Vasco

O jovem atacante Tiago Reis voltou a marcar no empate do Vasco por 1 a 1 contra o Flamengo, na decisão da Taça Rio, e chegou ao quarto jogo consecutivo estufando as redes adversárias. No entanto, na disputa por pênaltis, o camisa 27 foi um dos jogadores que desperdiçaram a cobrança. Mas nada que abalasse a ótima relação que vem tendo com a torcida vascaína. Apesar dos ótimos números até então, parte da imprensa preferiu usar manchetes que diminuíssem o feito do "Tiagol", como foi o caso do jornal O Globo, que preferiu focar na cobrança perdida. O VascoPress decidiu então trazer à tona alguns números do centroavante que dariam (e dão) uma pauta muito mais honesta e relevante.

Contratado ainda em 2018 junto ao Cruzeiro, Tiago chegou para compor a equipe sub-20 do Vasco. Depois de uma partida no banco de reservas e quatro minutos em campo em sua estreia, o centroavante precisou de apenas 17 minutos para marcar seu primeiro gol com a camisa cruz-maltina. E foi justamente em cima do time sub-20 do clube queridinho pela imprensa. Como dizem alguns de seus companheiros, a partir daí o garoto não parou mais de fazer gols.

Em média, desde que chegou ao Vasco, Tiago Reis precisa apenas de 85,3 minutos em em campo para marcar um gol. Se for levar em conta apenas o ano de 2019, os números passam ser ainda mais impressionantes. O garoto de Brasília balança as redes adversárias a cada 79,6 minutos, em média.

Com tamanho aproveitamento, nota-se o motivo da tentativa de diminuir ou esconder os feitos do Tiago Reis. Se for comparar, o atacante do rival que se auto-intitula com o sufixo 'gol' leva 103,5 minutos em campo para marcar.

Tiago é jovem e ainda tem um longo caminho para percorrer com a camisa do Vasco. Mas o feito dele até agora não pode ser ignorado e muito menos tratado como normal. O garoto está 'fedendo' a gol.

Os últimos 15': a forma medíocre que o Vasco de Valentim tem se portado nos fins dos jogos

Alberto Valentim durante partida contra o Bangu - Foto: Rafael Ribeiro/Vasco da Gama

O Vasco perdeu a final da Taça Rio para o Flamengo e precisará jogar a semifinal do Campeonato Carioca contra o Bangu, no próximo domingo (7), no Maracanã. Apesar de mais um gol do jovem Tiago Reis, o time comandado por Alberto Valentim se descuidou nos últimos minutos e sofreu o empate aos 48 do segundo tempo. Nos pênaltis, com o psicológico abalado, a derrota já estava clara para qualquer vascaíno que estivesse assistindo ao jogo. No entanto, apesar de alguns discursos, o gol do rival não saiu por acaso. Nem mesmo a queda na marca do cal.

Já não é de hoje que o time de Valentim adota a mesma postura e comete os mesmos erros que aconteceram no último domingo (31). Uma defesa sólida durante boa parte do jogo, mas um meio-campo sem criatividade e um ataque ineficaz. Esse é o resumo do Vasco desde o início do ano.

Ainda na Taça Rio, nos dois jogos contra o Bangu, o enredo foi praticamente o mesmo. Sai na frente no placar, mas se acovarda nos últimos 15 minutos de uma forma medíocre. Para completar, jogadores dos mais experientes mostram seu lado 'estrela' e são egoístas na hora de matar a partida.

Pikachu, na semifinal do segundo turno, e Thiago Galhardo, na decisão, quiseram fazer golaços, chamar todas as atenções para si. Mas esquecem que o foco principal é o Vasco. Desperdiçaram oportunidades inaceitáveis. Não a toa os dois antigos titulares esquentam o banco, mesmo que a equipe titular não produza tanto assim.

Porém, só não pode-se esquecer que a equipe é reflexo do que vem do banco. Alberto Valentim, com seu pragmatismo e insistência nos erros, mantém a postura covarde de outros treinadores que passaram por São Januário e não foram felizes. Opções por atletas como Raul - que até bem pouco tempo era titular e, ao não acompanhar o Arrascaeta, teve sua parcela de culpa no gol sofrido -, Galhardo, enquanto Andrey, Bruno Ritter, Caio Lopes, Lucas Santos e tantos outros mal são testados.

Na disputa de pênalti, mais omissão por parte de alguns daqueles que deveriam chamar a responsabilidade. Por que deixar o garoto Tiago Reis, em seu primeiro clássico, ter o dever de ser um dos cobradores? Onde estava o Galhardo neste momento?

Por fim, um questionamento: o Valentim realmente treina a equipe? A julgar pela única jogada ensaiada que o time tem, na saída de bola, e que nunca dá certo, além de dois dos quatro pênaltis terem sido batidos para fora, fica difícil de acreditar no trabalho do 'modelo'.

A torcida vascaína, como sempre fez, irá continuar apoiando o clube na semifinal, em uma possível final e na Copa do Brasil. Mas entendam: o apoio será para o Club de Regatas Vasco da Gama. Não para os atores da mediocridade vista em campo nas últimas partidas.

sexta-feira, 29 de março de 2019

Tiago Reis salva o Vasco, e Pikachu entra mal: confira as notas contra o Bangu

Tiago Reis, autor do gol sobre o Bangu, no Maracanã - Foto Rafael Ribeiro/Vasco

O Vasco derrotou o Bangu na noite desta quinta-feira (28) por 1 a 0, no Maracanã, e avançou à final da Taça Rio para enfrentar o arquirrival Flamengo. Apesar da vitória, o time cruz-maltino deixou o gramado do 'Maior do Mundo' sob vaias da torcida. Em um jogo de baixa qualidade técnica, o jovem Tiago Reis brilhou novamente e foi o principal nome da equipe treinada por Alberto Valentim. Nos último minutos, o que se viu foi um time acuado pelo modesto Alvirrubro e desperdiçando ótimas oportunidades nos contra-ataques. Confira abaixo as notas dos jogadores vascaínos:

FERNANDO MIGUEL - Nota 7

Apesar de não ter sido exigido com muita frequência, até mesmo pela postura defensiva do Bangu durante boa parte do jogo, o camisa 1 se saiu bem com duas ótimas defesas em chutes de Yaya Banhoro.

CÁCERES - Nota 7

Mais uma boa partida do lateral-direito paraguaio, como tem sido desde o início da temporada. Na primeira etapa, foi a principal arma ofensiva do time, com ótimas triangulações e bons cruzamentos. Na defesa, melhorando a cada jogo, não teve grandes problemas.

WERLEY - Nota 6,5

Com o Bangu só se lançando ao ataque no final do segundo tempo, não teve muito trabalho defensivamente. Antes do gol de Tiago Reis, chegou a arriscar algumas subidas para auxiliar na criação das jogadas. No gol anulado do Bangu, foi preciso ao fazer a linha de impedimento.

LEANDRO CASTAN - Nota 7,5

Levou um cartão amarelo bobo aos 17 segundos de jogo, o que poderia prejudicar a equipe. Mas, principalmente no segundo tempo, foi preciso nos desarmes e conseguiu anular o atacante Anderson Lessa, um dos artilheiros do Carioca e principal peça do Bangu.

DANILO BARCELOS - Nota 6

Ainda tem algumas dificuldades defensivas. Ofensivamente, pouco chegou à linha de fundo, parando quase sempre na intermediária. Em uma ótima cobrança de falta, ainda no primeiro tempo, causou dificuldade ao goleiro banguense Jefferson.

BRUNO SILVA - Nota 5

No ataque, acrescenta muito pouco. Errou alguns passes fáceis, que deram alguns contra-ataques ao Bangu. Defensivamente, por vezes, parecia perdido com a movimentação do ataque da equipe comandada por Ado.

LUCAS MINEIRO - Nota 5,5

Jogo abaixo do que tem apresentado neste início de temporada. No primeiro tempo, acabou sendo o principal responsável pela criação do meio-campo vascaíno, mas errou passes não tão difíceis, o que não costuma acontecer.

BRUNO CÉSAR - Nota 6

Levou perigo ao gol do Bangu em bons chutes de fora da área, mas, sobretudo no primeiro tempo, se escondeu atrás dos volantes do time adversário. Como camisa 10, participou muito pouco da criação das jogadas ofensivas.

ROSSI - Nota 6,5

Muita velocidade, bons dribles, continua sendo uma das principais opções ofensivas do time de Valentim. Neste jogo, porém, apareceu mais puxando o jogo para o meio do que para as pontas. Ainda assim, foi um jogador bem útil. No segundo tempo, cruzou na cabeça de Tiago Reis, para fazer o gol único da partida.

MARRONY - Nota 6,5

No primeiro tempo, foi o principal nome do trio ofensivo vascaíno. Veloz e habilidoso, como é sua característica, causou problemas à defesa alvirrubra. Na etapa derradeira, parece ter cansado e caiu de rendimento.

TIAGO REIS - Nota 9

Artilheiro. Matador. "Fede" a gol. Terceira partida como titular do camisa 27 (2+7 = 9) e terceiro gol com a camisa vascaína na equipe profissional. Trabalhou bem como pivô quando foi preciso e, com uma cabeçada de almanaque, estufou as redes do Bangu e foi (literalmente) para a galera. Ainda que Maxi López esteja à disposição para enfrentar o Flamengo, Tiago merece a vaga de titular no momento.

THIAGO GALHARDO - Nota 6

Nos primeiros minutos parecia ter entrado com vontade, conseguiu bons dribles e boas arrancadas ao ataque. No entanto, tempo depois, passou a errar muito e parou de produzir.

YAGO PIKACHU - Nota 4

O "pokémon" de novo mais atrapalhou do que ajudou. Entrou já faltando pouco tempo para terminar a partida, mas desperdiçou dois ótimos contra-ataques, que poderiam matar o jogo e acabar com a pressão do Bangu nos minutos finais.

MARCELO MATTOS - Sem nota

Entrou nos minutos finais, mais para gastar o tempo, quando o Vasco já só segurava o placar. Mas vale ressaltar o retorno do volante aos gramados depois de mais de dois anos.

ALBERTO VALENTIM - Nota 5

Insiste em alguns jogadores contestados, como é o caso do Bruno Silva, enquanto não dá chances para garotos como Caio Lopes, Bruno Ritter, Dudu e Moresche. Ainda foi incapaz de manter a equipe no ataque depois de abrir o placar, tomando pressão de um time da Série D do Campeonato Brasileiro.

terça-feira, 26 de março de 2019

Vasco e BMG: com apoio da torcida, possibilidades e uma luz no fim do túnel

O Vasco finalmente anunciou o seu patrocinador máster. Após longa espera - desde a saída da Caixa - e inúmeros acordos pontuais, o clube de São Januário firmou parceria com o Banco BMG, já conhecido do torcedor vascaíno. Em coletiva nesta terça-feira (26), o presidente Alexandre Campello e o Vice-Presidente de Marketing Bruno Maia discorreram sobre mais detalhes do patrocínio.

Como já era esperado, foi enfatizado que será fundamental a participação da torcida para que o clube consiga ver entrar mais dinheiro em seu caixa. Com a plataforma "Meu Vasco BMG" a ser lançada, o Gigante da Colina terá participação nos lucros dos serviços oferecidos pelo banco aos torcedores vascaínos. Como foi dito na coletiva, trata-se do Profit Share (participação nos lucros).

A grande sacada, no entanto, ao meu ver, foi a informação divulgada pelo jornalista Rodrigo Capelo, do Globoesporte.com. Segundo a informação de Capelo, confirmada na coletiva desta terça, um dos produtos da parceria entre Vasco e BMG será voltada ao comércio (Confira aqui a coluna de Capelo, com todos os detalhes). Basicamente, o banco irá oferecer máquinas de crédito e débito para empresas, e o clube irá lucrar com porcentagem nessas transações. Ainda será possível que as empresas peguem créditos e, com os juros, mais uma vez parte do lucro iria para o Vasco.

Com a estratégia, o leque de possibilidades para o Vasco explorar a parceria amplia. Não se pode esquecer que dentro e no entorno de São Januário há bares e restaurantes, no quais o movimento aumenta consideravelmente em dias de jogos. Além disso, dezenas de ambulantes trabalham dentro do Caldeirão. Essas são só algumas das possibilidades que certamente já renderiam um dinheiro para o clube.

Outra forma seria a adoção do produto da BMG também por parte das Lojas Gigante da Colina e da Megaloja de São Januário. O clube ainda pode, fora do Rio de Janeiro, colocar finalmente para frente o projeto de embaixadas para a torcida vascaína. Nelas, obviamente, haverá consumo. Podendo pagar no crédito ou débito nas máquinas da BMG é mais dinheiro aos cofres do clube.

No entanto, mesmo com esse modelo de negócio diretamente com as empresas, será necessário o Vasco aumentar os incentivos para o torcedor ir a São Januário. Mais público, mais consumo. Mais consumo, mais dinheiro para o Vasco. Como já está claro, sem a participação da torcida - direta ou indiretamente - será impossível que a parceria alavanque.

Como nos anos 20, quando foi feito mutirão para construção de nossa casa, agora é mais do que necessário que a torcida vascaína "compre a briga" e ajude a reerguer o clube.